sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Não repita palavras
Não fale sem pensar
Aumente seu vocabulário
Ame e deixe amar

Não fale pelas minhas costas
Não apareça sem ligar
Fale o que pensa com jeitinho
Pode vir, vou te esperar

Releia o texto, encontre os erros
Repense seus valores, não feche o cerco
Me conte tudo sem receio
Estou com você, não tenha medo

 
Não fale alto, não faça barulho
As paredes ouvem até sussurros
Olhe por onde anda e coma devagar,
Faça o que quiser, mas não me faça esperar...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Há quanto tempo não venho aqui,
Não ouço você, não quero te ver.
Andei por aí, carregando meu tédio
Pensando nisso tudo, pedindo socorro
Querendo viver...

Te vi na calçada do outro lado da rua
Você não me viu, caminhava na lua
Conheço teu jeito, estava feliz,
Ao teu lado alguém, que sequer imagina
A que caminho conduz teu olhar de atriz. 

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Minhas palavras não têm que cair bem nos seus ouvidos,
Militam por suas causas, têm suas raízes, refletem meu grito.
Minha poesia não se estabelece pelo seu julgamento,
É emancipada, senhora de si, vive intensamente, o seu próprio momento.
Meu olhar já não é mais aquele que você desenhou,
Não teme a verdade, não busca pretextos, só hoje enxerga, que tudo acabou.
Você sempre reclama que diariamente, só falo em dor,
É o que eu sinto, é tudo que tenho, é isso que eu sou.
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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Chegou com tudo, arremessou aquele olhar que me paralisou, me desconcertou
Tocou a minha mão, e naquele momento, senti me atravessar o coração
Reascendeu aquela sensação adormecida, e está revirando a minha vida, não consigo te esquecer...
Se não te vejo não fico bem, ainda pior quando sei que você não vem, estou entorpecida
E agora, indiferente, não lê meus olhos, já não me sente, não vê que te chamo pra mim quando passo em sua frente,
Não pense que vou deixar barato, cravo no teu peito o salto agulha do meu sapato
E se eu me decidir faço você se encantar, e aí, com o perdão da expressão “não vai prestar”
Porque lanço um perfume que vicia e se eu encanar na tua, você vai ser meu um dia...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

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Previsão do tempo para amanhã


Com a atmosfera nebulosa, o dia será propício para mergulho no fundo de mim
Quando o vapor estiver condensado, da minha galáxia despencará um dilúvio de lágrimas
E à meia-noite, um eclipse oculto se ocupará em unir os cacos que você deixou.
Pela manhã, tudo estará alagado, como uma cidade que vive o caos depois de um terremoto marítimo.
Meu pensamento, estagnado, inerte, se encarregará de tentar me convencer que a primavera um dia chegará...
E realmente, em algum momento o sol despontará num horizonte de esperanças,
Seus raios adentrarão o meu peito, e sua luz expulsará o que restou de você
Ventos de outra sorte virão, mas são sempre seguidos de tempestades,
Já tive pneumonia, agora tenho medo de garoa.

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Entregue a exaustão, envolto em incerteza e insegurança tamanha,
Vivo meus dias sem saber onde devo pisar, querendo apenas em paz repousar o olhar, descansar....
Sempre apreensivo, trabalhando palavras e reações premeditadas, envoltas em falsa cordialidade
Me sinto sufocado ao sentir meu peito querendo explodir em sinceridade, e dar por fim essa encenação
O curso das águas não seguiu como esperado, houveram desvios e ao final, tudo se resume em conflito
Na garganta preso um grito, que segue adiante ainda contido.
Nesse flat paranóico que é o universo, somos hóspedes sem previsão para check-out
Embora cercados de seres semelhantes todos num mesmo habitat,
Nada se sabe nada a respeito de ninguém, para onde vão, de onde vem.
Imagino cada um de nós com 5 minutos para dizer o que realmente pensa sobre o outro,
Muitas surpresas, total desconforto.
Não é difícil dizer que estamos cercados de hipocrisia, simulação e mentira
No palco desse teatro, sigo o roteiro, fiel ao script de fato.
Se eu pudesse desmascarar sem medo, os segredos ocultos em meu pensamento,
As caraminholas que enveredam minhas conjecturas mais absurdas
Não sei o que de mim seria, para onde esse caminho me levaria
Por desconhecer o sabor do atrevido, continuo a viver a mesmice, desiludido.

Em homenagem ao dia dos professores, essas palavras são para Alba, que em um momento difícil da minha vida, me estimulou a acreditar em mim e a não desistir de meus sonhos...


Ponto de luz


O sopro de sua voz é como o vento que toca meu rosto em dias cálidos.
Tive medo, mas sua serenidade suavemente trouxe calmaria para meus anseios.

Na pureza do seu olhar, derramei minhas lágrimas mornas e temperadas, que saltavam impulsivas, traduzindo a amargura de um espírito consternado.

De desilusão padecia o meu íntimo, mas a singeleza daquele sorriso me restaurou as esperanças da crença em conquistas futuras.

O tom daquelas palavras, enquanto escapavam baixinho da sua boca, iam disseminando a minha terra sedenta, como chuva em deserto árido, como filhos em um ventre estéril.

Sua sensibilidade aflorada, como cheiro de bolo às narinas de uma criança, decifrou a sinopse do longa-metragem que roda o tempo todo em meu universo particular.

Me pergunto quem serão aqueles que se deleitam no encanto de sua presença enquanto aprendem a sintaxe do amor e as restrições de caso na vida, ao som de tamanha sensatez?

São com certeza os contemplados com estupenda ventura permitida pelas mãos de Deus, abençoados pela doçura da sua companhia e pelo frescor de sua jovialidade.

Você me ensinou a encontrar o sujeito oculto em meu paradigma, a descobrir com as exceções que, realmente, nem tudo é o que parece ser, a desvendar o mistério em torno de um sentimento de admiração infindável, o amor ao mestre.




sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ESTATUTOS DO CASAMENTO


Artigo I


Fica decretado que a partir de agora, as pessoas acreditarão no casamento como uma união intrínseca, sólida e não mais como uma instituição falida.

 
Artigo II

Fica decretado que cada cônjuge adentrará as portas das grandes bodas, não em busca apenas da saciedade de seu próprio ego, mas esforçando-se legitimamente para preencher os anseios da outra parte de si, então, farão felizes um ao outro.

 
Artigo III

Fica decretado que no decorrer da convivência de ambos, esse sentimento se proliferará, não como uma paixão ardente que sopra fogo sobre a palha seca e é apagado pela chuva no inverno, mas como um amor maduro, concreto, sólido o suficiente para superar as adversidades de uma vida, não idealizada, mas real.




Artigo IV

Fica decretado que ambos tomarão essa decisão, conscientes de que a mesma mudará suas vidas para sempre, e que amar não é apenas deixarem-se dominar pela emoção, mas é uma atitude, uma escolha, cujo resultado final depende única e exclusivamente da qualidade do que estarão dispostos a investir.


Artigo V

Fica decretado que em caso de obstáculos que insistam em surgir, mesmo quando fora do previsto na planilha de sonhos, ambos não desanimarão de lutar rumo a uma conquista que faça jus a cada minuto investido no anseio de um futuro melhor para sua família.



Artigo VI

Fica assegurada a estabilidade da vida emocional do casal, mesmo em condições de orçamento apertado, de dívidas contraídas para melhorias em benefício único e exclusivo do bem-estar individual ou de ambos, e mesmo na necessidade de divisão do mesmo banheiro.



Parágrafo único:

Em hipótese alguma os envolvidos se darão por satisfeitos com uma união em que impera a hipocrisia, sorrisos falsos que expelem odor de encenação, enquanto gritos agudos de insatisfação e descontentamento ensaiam por saltar de suas gargantas inflamadas.
Artigo VII

Fica estabelecido conforme parágrafos em sequência, que haja subsídios para assistir o casal na construção desse caminho a ser trilhado no decorrer de suas vidas.



Parágrafo 1 – Habitarão um lugar mágico, onde reina a paz, tranquilidade e segurança física e emocional, que será chamado de lar. Para usufruir e se deleitar por um período maior de tempo nesse local, ambas as partes, possivelmente, passarão por períodos de sofrimento intenso, na ânsia de sufocar o máximo de horas e dias possíveis para que enfim chegue o esperado final de semana.


Parágrafo 2 – Em algum momento, o milagre maior da vida humana acontecerá e suas vidas se fundirão como os ventos de um tornado, dando origem a uma, ou mais novas vidas que se chamarão filhos. Estes, pelo ciclo natural da vida, trarão preocupações e serão alvo de atenção e cuidados, mas também, muitas vezes arrebentarão seus peitos de alegria e orgulho.



Artigo VIII

Fica decretado que os cônjuges poderão dormir o sono da cumplicidade e descansar todas as noites suas cabeças em seus travesseiros confidentes, pois não serão feridos pelo espinho da desconfiança, a lepra do medo e a chama do ciúme.


Artigo IX

Fica decretado que ambos empenharão compromisso de lealdade, para que não sejam picados pela serpente da volúpia e dominados pelo veneno da lascívia, lançando em meio aos detritos, a pureza dos votos que declamaram um dia.


Artigo X

Fica decretado que ambos têm ciência de sua natureza humana, biológica e fisiológica, que instintivamente clama pela concupiscência da carne, mas também têm sua natureza intelectual que os difere de animais não-racionais e lhes dá liberdade e poder de escolha.


Artigo XXI

Fica estabelecido que as testemunhas desse presente decreto, bem como os envolvidos em uma decisão de união estável, não duvidem da possibilidade de efetiva concretização dos artigos e parágrafos aqui contidos, pois como autora desse documento, atesto e dou fé da veracidade dos fatos, um casamento pode ser muito feliz.